sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Zeitgeist e demais Projetos Vênus


Não é minha função, um linguista faria o trabalho melhor, em tentar traduzir a palavra “zeitgeist” para o português, principalmente porque já se tornou mais do que uma expressão idiomática e sim um conceito abrangente de práticas que envolvem diversas áreas do pensamento humano. A partir deste momento, abdico das aspas para me relacionar à ela, tampouco vou usar o itálico e agora vou explicar o por quê. Zeitgeist significa o espírito, o core saxão, a essência do pensamento que direciona o homem a atingir sua evolução máxima no plano de vida. Se você quiser, faça o trabalho de procurar o significado no Google e vai entender um pouco mais a etimologia. Mas o ponto que eu quero chegar é que nesse meio todo, existe um filme também chamado Zeitgeist, e não à toa, que tenta transmitir um pouco da razão dessa essência que envolve as coisas e as ideias que circundam esse mundão; assisti o filme depois de um amigo me indicar e posso dizer que não me arrependi. Não pelo fato de ser um filme independente, sem função comercial, mas pela razão de conseguir compilar em formato de documentário narrado , informações que são discutidas em círculos normalmente paralelos sem existir aquela atrito que é clássico e polêmico entre religião, política e razão. Aos cristãos mais fervorosos aparentemente parecerá mais uma insurgida dos “agnósticos” ou dos ateus, mas é interessante tentar sentir qual é o real zeitgeist do filme, que milagrosamente consegue colocar em ordem cronológica as verdades que foram impostas no decorrer da história da humanidade, como por exemplo a da parábola de Jesus Cristo, a da criação do Capitalismo e a derrocada do Imperialismo americano.
A parábola de Jesus Cristo é uma dessas histórias interessantes que nos contam sem saber que podemos acreditar piamente nelas sem ao menos pensar se devemos acreditar ou não. O pensamento da “era de ouro”, ainda outra escola de pensamento, incita a mesma lógica de que as religiões são todas derivadas da prima-base da crença mitológica egípcia em que o primeiro e único-absoluto Deus, é Horus. Todas as criações de pseudônimos deste Deus poderão ser encontradas nas religiões que se utilizam da mesma história, das mesmas características e principalmente, da mesma analogia do conhecimento do universo através dos zodíacos como forma de marcar a história do poder e da imersão sobre a humanidade. Ou seja, cristianismo, hinduísmo, islamismo, judaísmo etc, são derivadas do mesmo berço espiritual, que é a relação próxima com Hórus pela transmissão de conhecimentos e do simbolismo que caracteriza a crença no Zodíaco de Dendera como o ciclo do Mundo e de todas as coisas que estão nele, principalmente nós. Apesar da herança aparente destas coincidências, a fé continua sendo a principal razão da “religação”do homem com o Universo, portanto a religião é a relação bilateral do homem com seu Deus, que está presente no Universo. A pergunta que surge é, porque então que entre nós existe este terceiro interlocutor chamado religião? Se a crença maior reside na relação espiritual entre o homem e sua fé, que pode ser qualquer outra coisa inteligível e que seja maior do que a própria compreensão do Universo, qual seria o papel deste subsidiário criado pelas próprias mãos do homem que nela confia, que se chama Cristianismo ,travestido de Religião, que na verdade é a religação( religare= religião) com Deus que representa o Universo? Ufa. Zeitgeist consegue planificar a história da humanidade os momentos que condicionaram a organização social que persiste até hoje, com base em crenças artificiais, copiadas das civilizações que de fato estreitaram os laços com a compreensão suprema do movimento do Universo e deteram o conhecimento do real espírito da evolução e dos planos das vidas, aplicando-as em determinado momento histórico como forma de divisão de eras que na realidade nunca existiram. A história é uma só, e antes ou depois de Cristo, quais sejam os eventos históricos que determinaram a mudança da humanidade, ela continua a mesma. A única diferença é que neste pequeno intervalo um detalhe mudou a história do mundo. Mesmo sendo minimalista assim e até mesmo parecer superficial em determinados momentos, Zeitgeist tenta de forma mais prática, fazer aquilo que o Espiritualismo e o Monismo têm tentado há tempos: demonstrar que o homem é único no Universo, e sua evolução nele depende diretamente no sucesso da harmonia que ele alcançará nas “eras” que circundam- o. O ser humano é a representação da miniatura do universo e se relaciona diretamente com seu criador máximo, portanto a religião moderna é um evento humano, e não espiritual.
Em outro momento do filme, Zeitgeist dá um grito para tentar denunciar a relação intensa entre passado e presente, e na função do materialismo histórico humano que determinou o momento do ciclo que vivemos. Tanto nas questões políticas como econômicas , o laço existente entre os primórdios da humanidade, falsamente margeada entre A.C e D.C, é o mesmo. A humanidade marcha através dos gritos dos grandes ditadores da história, e que reproduzem, século após século, réplica verossímel do que acontece desde a criação da religião. A leitura que o filme dá é pautada no pensamento determinista, que condiciona a história como fruto do cálculo de determinadas ações como forma de direcionar a atuação humana social em prol das ideologias políticas e econômicas, como por exemplo do mercantilismo para o capitalismo é finalmente ao imperialismo.
No entanto, reservo a última parte como forma de expressar a minha expectativa em difundir o movimento monista, da criação de uma sociedade alternativa que esteja pautada em outros valores, quebrando a trivialidade. Dado ao acúmulo de práticas que a humanidade tem passado nos últimos séculos, a destruição do relação entre homem- natureza, a alienação nas verdades ideológicas da política, da religião e do capitalismo, existe um movimento que nos pressiona à mudança: não necessariamente pela mudança da Era de Peixes para a de Aquários, que representará sim a sinalização da mudança para a nossa próxima etapa, mas pela conscientização do ser humano de que seu propósito depende unicamente dele. É chegado o momento do sistema reciclar e, para isso ocorrer, deverá primeiro ruir. A situação que vivemos atualmente urge mudanças, mas como a própria história demonstrou, somos eternos prisioneiros da política e do mercado. Para que essa mudança ocorra, o mercado deverá mudar. Mas o mercado somos nós, eis a lógica.
Chegamos no ápice da materialização do recurso natural e é fácil compreender: vivemos há décadas na era do ouro negro , o petróleo. Tudo no mundo gira em torno dele, e atualmente, nada é possível sem ele. Se não acredita, faça as contas e pense no produtor que não utiliza energia na produção de seu produto, por exemplo, uma hortaliça orgânica: mesmo utilizando-se apenas de fonte natural para plantá-la, a venda é feita a alguém, normalmente por uma pequena distribuidora, que busca suas mercadorias em caminhões, que usa do combustível para tanto. O fato é inegável, vamos encarar: o petróleo domina o mundo e se não é usado no começo, será usado no final do processo para alcançar seu fim. Devido à utilização deste componente, que demanda esforço humano e industrial elevados, o preço se agrega no produto final e o mercado gira em torno dele. No passado, para obter energia, procurávamos na terra a energia. Isso deve remanescer no passado. É fato notório que a humanidade já detém a tecnologia necessária para suprimir o uso do petróleo . Temos desenvolvido vacinas contra os mais poderosos vírus , a indústria aeronáutica tem feitos avanços juntamente com a nanotecnolgia, e o recente acelerador de partículas que nos permitem pensar claramente que a própria indústria automobilística já detém a tecnologia da energia de fontes sintéticas como a elétrica, quiçá obviamente dizer a do hidrogênio. O que necessitamos é a quebra do paradigma, a derrocada do velho modelo para aprimorar a ideia de uma sociedade pautada na sustentabilidade e na relação monista dos indivíduos, sem crenças ou ideologias impostas.
Aí eu pergunto: isso lhe lembra alguma coisa? Marx sem dúvida ficaria orgulhoso em saber que parte da humanidade tem pensado seriamente sobre isso. Mas não se engane. A ideia de sociedade sem fronteiras, ou o Projeto Vênus, não se relaciona em nenhum momento com a matriz filosófica do marxismo, tampouco com a quebra do mercado e da propriedade privada. A proposta é unicamente viável para a reformulação do modelo extremamente nocivo à própria existência humana, que condena à humanidade à sua própria sobrevivência sob o modelo perigoso pautado na relação deliberada do mercado com as fontes que o sustenta. O pressuposto que sustenta é esta questão é que o mercado não será extinto , e sim apenas reformulado para o modelo mais inteligente e viável. A relação capitalista , na acepção pura da palavra, continuará existindo pois como se sabe, a primeira lei do mercado é a oferta e da procura. Se houver oferecimento de tecnologia, poderemos reformular o modelo antigo. Basta o mercado perceber isto.

O movimento zeigeist pode ser encontrado na página abaixo e mais para frente escreverei mais sobre ele.

http://zday2010.org/index.php?option=com_content&view=article&id=47
http://www.thevenusproject.com/

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