quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Deus existe? Dois ensaios sobre cosmologia.




"Se Deus não existe, então tudo é permitido"




Já dizia Ivan.
Talvez para os mais descrentes, o início de tudo começa no momento da escolha. Mas e antes da escolha, quem a fez por nós? Se somos produto de algo anterior, aonde afinal é o começo?
Este raciocínio serve para ilustrar a nossa inconstância diante do universo e, que invariavelmente, nos coage a crer em algo superior à nossa possibilidade de escolha de viver. Pode-se escolher morrer, mas jamais se poderá escolher nascer.
Nesta esfera, vislumbro as possibilidades de compreensão da origem do cosmos, e dos seres do cosmos que somos nós. Em primeiro lugar, fazemos parte do cosmos. Em segundo lugar, pulsamos juntamente com ele. Por isso, importante ter ciência de que ninguém nos cria nesta vida, e sim que somos produto de uma origem anterior, datada do início do universo. A energia que nos criou pode ser caracteriza como Divina, pois incita a Supremidade da criação. Religião nenhuma cria nem destrói nenhum ser, deixai-vos cientes disto.
Somos então impulso das vidas anteriores, materializados em seres que falam e compreendem neste plano que chama-se vida humana- no entanto esta vida aqui não está sozinha, nem será a última das nossas passagens.
É aí que entra a cosmologia orgânica: ela vai tentar explicar a lógica da evolução humana, através do empirismo científico: para se ter uma ideia, a imagem mais detalhada do tecido terrestre se assemelha na forma com a imagem mais detalhada do tecido do universo: elétrons e constelações têm a mesma forma elíptica e, acredite, isto não é mero acaso. A cosmologia serve como o respaldo para fundamentar as teorias newtonianas e da infungibilidade da matéria: nada se perde, nem se cria: tudo se transforma. O universo não comporta vacilos. Assim como nós, que fomos algo anterior, somos hoje algo atualmente em evolução, em direção todos a um único destino: a posteridade.
Para o outro lado da moeda, mas não paradoxal, o espiritualismo se envolve com a alma como forma de demonstrar que somos eternos produtos de nós mesmos. Mas o que isso afinal quer dizer?
Crer em acaso para a cosmologia é como crer na imperfeição do universo, porém o universo é único e perfeito, mesmo que para a nossa compreensão atual isso pareça equivocada. Cada qual tem seu liame de evolução, e a vida atual é apenas o instrumento que nos fora disponibilizado para que passemos para o próximo plano, de maneira mais edificada e virtuosa. Viver de forma edificante é simples e exige receita única: seguir o propósito. Propósito este, que poderá ser comumente equivocado com destino, porém este não abriga um mero detalhe chamado poder de escolha ( Liberdade + livre arbítrio )
Mas um alerta: é importante não se desvencilhar do conceito de heresia, daquele que preceitua oriundo do grego opção. Cada um tem sua escolha, e inevitavelmente, carregaremo-as juntamente com nossas renúncias para "o outro lado de lá".

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cuidado: não vão te deixar dormir.


Eis uma denúncia terrível e que vai causar impacto na mídia internacional: não vão te deixar dormir. Após uma investida maciça na psicologia humana para que nós mesmos nos condenemos dos nossos pecados, acabaram de inventar um veneno invisível, algo ainda pior do que a bomba do Hussein. Se nos sentamos para esperar uma consulta, o telefone com televisão está ali para lhe entreter. A comida deve cozinhar antes mesmo de ficar pronta, para que o cliente não perca tempo dialogando sobre coisas fúteis do dia-dia. Almoço é hora sagrada- e serve para se fazer aquilo que não temos tempo nos outros horários.
A televisão tem uma logística interessante: a sequencia de quadros é tão poderosa que faz com que nós, que estamos ali sentados, fiquemos hipnotizados pelas cores e pelo movimento da velocidade da substituição dos takes. Parece que a pessoa quer fazer outra coisa, mas não consegue. Outra novidade: experimente apenas ouvir a televisão. A fala é feita para prender nossa concentração não na mensagem, mas na sonoridade.
Quem vive nesse mundo louco, raramente sentirá uma palavra chamada tédio. Pode ser que impaciência conviva diretamente conosco, mas tédio, jamais. Tédio incita o ócio, e ninguém quer parecer ocioso. O ócio é feio, e mais do que o próprio tédio, lembra de algo mal quisto e mal visto pela nossa sociedade: a vagabundagem. Em linhas gerais, chegamos ao ponto em que não precisamos mais de vigias para censurar nossos atos: somos atualmente nossas maiores câmeras de segurança, vivendo eternamente nos liames da boa vizinhança e eternamente no sentimento da satisfação alheia. Essa tarefa por mais absurda que pareça, é de alta comprovação empírica. Nossos celulares abrigam o microcosmo da vida urbana, para que não nos esqueçamos nem no momento da inércia absoluta que somos seres flexíveis , e que sim, podemos não poder ficar parados à deriva se quisermos- e eu hei de querer. A boa nova é que a própria fotografia já denunciou a tragédia anunciada: da mesma maneira que câmeras são desenvolvidas para captar mais frames por segundo a cada dia, a memória não será mais suficiente para a quantidade de informação presente em cada quadro quando exaurir a sua capacidade, pois em um segundo só caberá algo que a visão e o próprio tempo permitir. Falando na língua humana, teremos em breve seres que retardarão no tempo dos frames por segundo, por puro e simples excesso de informação, se tornando os mais novos obsoletos produtos do mercado.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nem todo texto tem título



Todo mundo tem um pouco do carnaval. Mesmo quem não gosta, acaba cedendo ao feriado para reavaliar e contribuir de um jeito ou de outro para a tese de que para brasileiro, o ano só começa depois da folia. E há quem custe a acreditar que o feriado é motivo cristão para dar adeus à carne. Esta última é a que me chama a atenção, mas mesmo assim nada me tira da cabeça que o carnaval é o grande divisor de águas da vida civil do brasileiro.
Talvez seja mais objeto de análise antropológica do que crendice cultural, mas é fato entender que cada um tem seu carnaval dentro de si, que brota da explosão das atitudes, da ilimitação da criatividade. Do eterno pique para o próximo dia. Todo mundo faz em algum momento apenas aquilo que tem vontade. Quem tem vontade de dormir, dorme. Quem bebe até encher a cara, faz com o maior prazer e sem medo da represália da ressaca do dia seguinte. As mulheres perdem o pudor virtual que sustentam o ano inteiro e acompanham os homens na orgia, sem medo do rótulo dos fiéis chatos que insistem em acreditar em amor recíproco ou até mesmo no casamento. Namoro? Palavra proibida nestes 5 dias. E ai de quem trazer o namorado para a viagem dos solteiros, vai ouvir os motivos de inveja ou simplesmente pedir para sair sustentando a justificativa num belo argumento de que "prefirimos algo mais tranquilo". No mais, as danças se revigoram a cada minuto, num movimento que mais parece uma constante competição de quem libera mais endorfina por segundo e produz risadas e comoção alheia do rídiculo por aquela dancinha que você julgou tão performática naquele momento de embriaguez. No entanto, todo mundo se diverte.

Mas depois, como uma reação à sensação de dever cumprido e do pensamento de que a partir de agora, a folia acabou e a vida de verdade TEM que começar, queira o carnaval ou não, cada um recomeça do seu começo. E o recomeço normalmente não se assemelha em nada com aqueles momentos de êxtase permamente característico do carnaval. Como em um grande movimento do desapego, todos se reúnem em volta da trivialidade novamente, de volta à velha vida já conhecida.
Finais e começos têm a mesma matriz: servem ora para conhecer o novo, ora para conhecer outro novo deixando o velho para trás. A quarta-feira de cinzas denuncia: é momento de deixar para trás a ressaca. E há ainda quem diga que dentro de si não mora um eterno carnaval.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

E viva o preconceito semântico


Sempre me pergunto sobre a validade do pitaco que as pessoas dão àqueles que cometem erros ao falar o portugês. Falo do "menas" muitas vezes dito a Deus dará sem nenhum compromisso com a forma correta do advérbio e que de sinceramente, não faz nenhuma diferença na hora de entender o que a pessoa está querendo dizer, ou do "ponhar" erroneamente conjugado, muitas vezes criado pela costume senhoril mesmo de se falar errado, chegando ainda ao ponto de enteder o porquê de que "vosmicê" não é na verdade uma indicação caipira para se dirigir a alguem, muito menos errada. Você compreende menos quando uma pessoa diz "adevogado" de "advogado"?
Afinal, o que é falar errado?
Consigo enxergar algumas formas de responder à esta pergunta, mas nenhuma delas se aproxima da real intenção de dizer algo e conseguir falar com bom-sucesso, mesmo que com inúmeros erros. Como é bom quando a gente consegue entender o que a outra pessoa está tentando dizer. E como é desagradável discutir, às vezes infinitamente, para se chegar àquela frase clássica: -"ahhhhhh, agora eu te entendi". '
Mas afinal, o que houve de errado nesse meio tempo?
Visto do ponto que o papel da escola seja de também formar cidadãos que consigam exprimir sua língua materna através da boa escrita e da boa fala , e não é em vão que a nossa língua tenha tantas convenções para que as pessoas possam falar corretamente, por outro lado, como tudo nessa vida tem as suas intempéries, e não é diferente conosco, neste caso elas estão no calço da gramática do próprio gajo lusitano; a primeira delas, é o valor da língua falada. Essa língua que circula por aí, e que fala errado deliberadamente ,é a que transmite a intenção da opinião das pessoas e da essência da interpretação. Por muito tempo fui acostumado a corrigir, mas hoje deposito a minha atenção apenas em tentar entender o que a outra pessoa quer dizer, com suas falhas ou não. A riqueza da interpretação está na forma, nos gestos, no tom, nas analogias, na intenção. Dá-se ao nome da dicotomia falar certo x errado de preconceito linguistico, e que como todo preconceito piramidal e segregado, se torna autoritário pois aplica a regra à norma totalmente informal e que não exige do indivíduo total compreensão dos valores, neste caso linguisticos, por uma razão muito especial: falta de acesso ao tesouro da norma gramatical.
Mas o que dizer então das pessoas que falam, e não conseguem simplesmente dizer ou se fazer entender? Neste caso, o preconceito migra da falta do conhecimento técnico que origina a forma falada formal, para o mais puro déficit de compreensão e de cognição do indivíduo em interpretar as situações que se passam com ele mesmo e traduzir isso em palavras. Simples, não?
Me interessa mais em saber a intenção da pessoa em falar algo do que propriamente as palavras que ela utiliza para dizer algo que poderia ser dito se falado com o coração.
Sem dúvida nenhuma, parte dos problemas do mundo reside no fato das pessoas literalmente não se entenderem quando um fala ao outro.
Quantos casamentos poderiam ser salvos? Quantas brigas evitadas? Quantas demissões...ou melhor, quantas não- admissões poderiam ser finalmente concretizadas se um entendesse ao outro? Sem vícios, nem aforismos. Figuras de linguagem estariam proibidas por este instante. Metáfora seria crime. Indo mais longe, o ser humano que exterioriza de forma limpa aquilo que quer dizer, entende melhor a si mesmo também. Não é uma teoria evolucionista, mas com certeza já é certo há séculos que o que nos diferencia das outras coisas terrenas é o fato de conseguirmos nos comunicar por palavras. Ou seja, o ser humano que conseguir expressar de melhor forma a sua intenção, se aproximará da sua condição humana consequentemente. E vice-versa. Neste caso, com o perdão da palavra, dane-se o preconceito linguistico e viva o preconceito semântico.
Ainda, ontem assiti o paredão do big brother e o eliminado na sua defesa, simplesmente não conseguiu se expressar. No momento após a eliminação, surpresa, novamente não conseguiu dizer aquilo que queria dizer, e acabou por se contradizer. Mas um detalhe me chamou atenção: havia sido condenado por dizer que tinha sentido pela primeira vez a vontade de ler um livro, mas negou que aquela opinião fosse dele, pois era um leitor assíduo.
Ler não está relacionado a um conceito, nem é motivo de status ou de intelectualidade. Cada um que lê, tem seu motivo. Alguns gostam de viajar, outros veem como uma fonte eterna de conhecimento. Outros, como uma forma de compreensão alheia sobre coisas distintas e de fato, o escritor proporciona isto ao leitor: a possibilidade de entrar na sua compreensão de mundo, e utilizar das suas palavras para ler uma experiência, uma sensação ou uma mera vicissitude. Seja qual for a sua ideia, os livros são grandes fontes libertárias para aqueles que leem e, mesmo sem saber, se distanciam do velho preconceito linguistico e migram quase que incoscientemente para o semântico, e que sem dúvida nenhuma, se torna mais saboroso e, independe de classe, acesso ou educação da gramática do falar-sempre-corretamente.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Zeitgeist e demais Projetos Vênus


Não é minha função, um linguista faria o trabalho melhor, em tentar traduzir a palavra “zeitgeist” para o português, principalmente porque já se tornou mais do que uma expressão idiomática e sim um conceito abrangente de práticas que envolvem diversas áreas do pensamento humano. A partir deste momento, abdico das aspas para me relacionar à ela, tampouco vou usar o itálico e agora vou explicar o por quê. Zeitgeist significa o espírito, o core saxão, a essência do pensamento que direciona o homem a atingir sua evolução máxima no plano de vida. Se você quiser, faça o trabalho de procurar o significado no Google e vai entender um pouco mais a etimologia. Mas o ponto que eu quero chegar é que nesse meio todo, existe um filme também chamado Zeitgeist, e não à toa, que tenta transmitir um pouco da razão dessa essência que envolve as coisas e as ideias que circundam esse mundão; assisti o filme depois de um amigo me indicar e posso dizer que não me arrependi. Não pelo fato de ser um filme independente, sem função comercial, mas pela razão de conseguir compilar em formato de documentário narrado , informações que são discutidas em círculos normalmente paralelos sem existir aquela atrito que é clássico e polêmico entre religião, política e razão. Aos cristãos mais fervorosos aparentemente parecerá mais uma insurgida dos “agnósticos” ou dos ateus, mas é interessante tentar sentir qual é o real zeitgeist do filme, que milagrosamente consegue colocar em ordem cronológica as verdades que foram impostas no decorrer da história da humanidade, como por exemplo a da parábola de Jesus Cristo, a da criação do Capitalismo e a derrocada do Imperialismo americano.
A parábola de Jesus Cristo é uma dessas histórias interessantes que nos contam sem saber que podemos acreditar piamente nelas sem ao menos pensar se devemos acreditar ou não. O pensamento da “era de ouro”, ainda outra escola de pensamento, incita a mesma lógica de que as religiões são todas derivadas da prima-base da crença mitológica egípcia em que o primeiro e único-absoluto Deus, é Horus. Todas as criações de pseudônimos deste Deus poderão ser encontradas nas religiões que se utilizam da mesma história, das mesmas características e principalmente, da mesma analogia do conhecimento do universo através dos zodíacos como forma de marcar a história do poder e da imersão sobre a humanidade. Ou seja, cristianismo, hinduísmo, islamismo, judaísmo etc, são derivadas do mesmo berço espiritual, que é a relação próxima com Hórus pela transmissão de conhecimentos e do simbolismo que caracteriza a crença no Zodíaco de Dendera como o ciclo do Mundo e de todas as coisas que estão nele, principalmente nós. Apesar da herança aparente destas coincidências, a fé continua sendo a principal razão da “religação”do homem com o Universo, portanto a religião é a relação bilateral do homem com seu Deus, que está presente no Universo. A pergunta que surge é, porque então que entre nós existe este terceiro interlocutor chamado religião? Se a crença maior reside na relação espiritual entre o homem e sua fé, que pode ser qualquer outra coisa inteligível e que seja maior do que a própria compreensão do Universo, qual seria o papel deste subsidiário criado pelas próprias mãos do homem que nela confia, que se chama Cristianismo ,travestido de Religião, que na verdade é a religação( religare= religião) com Deus que representa o Universo? Ufa. Zeitgeist consegue planificar a história da humanidade os momentos que condicionaram a organização social que persiste até hoje, com base em crenças artificiais, copiadas das civilizações que de fato estreitaram os laços com a compreensão suprema do movimento do Universo e deteram o conhecimento do real espírito da evolução e dos planos das vidas, aplicando-as em determinado momento histórico como forma de divisão de eras que na realidade nunca existiram. A história é uma só, e antes ou depois de Cristo, quais sejam os eventos históricos que determinaram a mudança da humanidade, ela continua a mesma. A única diferença é que neste pequeno intervalo um detalhe mudou a história do mundo. Mesmo sendo minimalista assim e até mesmo parecer superficial em determinados momentos, Zeitgeist tenta de forma mais prática, fazer aquilo que o Espiritualismo e o Monismo têm tentado há tempos: demonstrar que o homem é único no Universo, e sua evolução nele depende diretamente no sucesso da harmonia que ele alcançará nas “eras” que circundam- o. O ser humano é a representação da miniatura do universo e se relaciona diretamente com seu criador máximo, portanto a religião moderna é um evento humano, e não espiritual.
Em outro momento do filme, Zeitgeist dá um grito para tentar denunciar a relação intensa entre passado e presente, e na função do materialismo histórico humano que determinou o momento do ciclo que vivemos. Tanto nas questões políticas como econômicas , o laço existente entre os primórdios da humanidade, falsamente margeada entre A.C e D.C, é o mesmo. A humanidade marcha através dos gritos dos grandes ditadores da história, e que reproduzem, século após século, réplica verossímel do que acontece desde a criação da religião. A leitura que o filme dá é pautada no pensamento determinista, que condiciona a história como fruto do cálculo de determinadas ações como forma de direcionar a atuação humana social em prol das ideologias políticas e econômicas, como por exemplo do mercantilismo para o capitalismo é finalmente ao imperialismo.
No entanto, reservo a última parte como forma de expressar a minha expectativa em difundir o movimento monista, da criação de uma sociedade alternativa que esteja pautada em outros valores, quebrando a trivialidade. Dado ao acúmulo de práticas que a humanidade tem passado nos últimos séculos, a destruição do relação entre homem- natureza, a alienação nas verdades ideológicas da política, da religião e do capitalismo, existe um movimento que nos pressiona à mudança: não necessariamente pela mudança da Era de Peixes para a de Aquários, que representará sim a sinalização da mudança para a nossa próxima etapa, mas pela conscientização do ser humano de que seu propósito depende unicamente dele. É chegado o momento do sistema reciclar e, para isso ocorrer, deverá primeiro ruir. A situação que vivemos atualmente urge mudanças, mas como a própria história demonstrou, somos eternos prisioneiros da política e do mercado. Para que essa mudança ocorra, o mercado deverá mudar. Mas o mercado somos nós, eis a lógica.
Chegamos no ápice da materialização do recurso natural e é fácil compreender: vivemos há décadas na era do ouro negro , o petróleo. Tudo no mundo gira em torno dele, e atualmente, nada é possível sem ele. Se não acredita, faça as contas e pense no produtor que não utiliza energia na produção de seu produto, por exemplo, uma hortaliça orgânica: mesmo utilizando-se apenas de fonte natural para plantá-la, a venda é feita a alguém, normalmente por uma pequena distribuidora, que busca suas mercadorias em caminhões, que usa do combustível para tanto. O fato é inegável, vamos encarar: o petróleo domina o mundo e se não é usado no começo, será usado no final do processo para alcançar seu fim. Devido à utilização deste componente, que demanda esforço humano e industrial elevados, o preço se agrega no produto final e o mercado gira em torno dele. No passado, para obter energia, procurávamos na terra a energia. Isso deve remanescer no passado. É fato notório que a humanidade já detém a tecnologia necessária para suprimir o uso do petróleo . Temos desenvolvido vacinas contra os mais poderosos vírus , a indústria aeronáutica tem feitos avanços juntamente com a nanotecnolgia, e o recente acelerador de partículas que nos permitem pensar claramente que a própria indústria automobilística já detém a tecnologia da energia de fontes sintéticas como a elétrica, quiçá obviamente dizer a do hidrogênio. O que necessitamos é a quebra do paradigma, a derrocada do velho modelo para aprimorar a ideia de uma sociedade pautada na sustentabilidade e na relação monista dos indivíduos, sem crenças ou ideologias impostas.
Aí eu pergunto: isso lhe lembra alguma coisa? Marx sem dúvida ficaria orgulhoso em saber que parte da humanidade tem pensado seriamente sobre isso. Mas não se engane. A ideia de sociedade sem fronteiras, ou o Projeto Vênus, não se relaciona em nenhum momento com a matriz filosófica do marxismo, tampouco com a quebra do mercado e da propriedade privada. A proposta é unicamente viável para a reformulação do modelo extremamente nocivo à própria existência humana, que condena à humanidade à sua própria sobrevivência sob o modelo perigoso pautado na relação deliberada do mercado com as fontes que o sustenta. O pressuposto que sustenta é esta questão é que o mercado não será extinto , e sim apenas reformulado para o modelo mais inteligente e viável. A relação capitalista , na acepção pura da palavra, continuará existindo pois como se sabe, a primeira lei do mercado é a oferta e da procura. Se houver oferecimento de tecnologia, poderemos reformular o modelo antigo. Basta o mercado perceber isto.

O movimento zeigeist pode ser encontrado na página abaixo e mais para frente escreverei mais sobre ele.

http://zday2010.org/index.php?option=com_content&view=article&id=47
http://www.thevenusproject.com/

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Resolução da semana

É um mistério para mim
Em saber porquê temos ganância com aquilo que não temos

E você acha que precisa querer mais do que precisa ter
E que até você ter isso não conseguirá ser livre

Quando você quer mais do que você tem
Você acha que precisa ter

E quando você pensa mais do que você precisa
Se considere preso, porque sua liberdade não existe mais